"A runner must run with dreams in his heart" Emil Zatopek

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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Esporte deles, Regras deles, vitória nossa!

Sou professor de educação física, (TOTALMENTE LOUCO POR ESPORTES) nascido e criado no país mais vitorioso em copas do mundo, por aqui cresci ouvindo pelos cantos dos corredores da escola, professores afirmando categoricamente que o futebol é uma invenção inglesa. Uma criança preta  dos anos 80 não era educada para interpretações criticas e analíticas, questionar um mais velho, principalmente se fosse professor, seria uma condenação ao espancamento sádico.
Na prática do futebol as corridas de (lançamentos/passes) são predominantes durante o jogo, será mesmo que na antiguidade não existia nada parecido na América, em África ou na Ásia?

Corridas e lançamentos são movimentos naturais do homem, a corrida fuga pode ser a mesma corrida da caça, o lançamento para matar pode salvar. O que não podemos negar que a institucionalização do futebol tem a marca britânica.

Obviamente, um povo que estabelece as regras do jogo, tem uma grande vantagem. Até hoje a maioria dos jogadores de futebol no Brasil não entendem ou não conhecem todas as 17 regras do futebol (quando o futebol institucionalizado chegou no país tínhamos um grande percentual de analfabetismo). Na teoria, o europeu com toda arrogância, complexo de superioridade e ‘nuances’ sofomaníacos, criaria regras para que outra raça tivesse a possibilidade de vencer? Qual será o principal motivo da inexistência de um país africano ou asiático campeão em copas de mundo de futebol? Por que os europeus ganharam mais títulos?

Tenho certeza que se hoje algum esporte indígena for institucionalizado para entrar nos jogos olímpicos, os indígenas terão dificuldades para obter medalhas, porque ninguém competirá na pesca com flechas com os indígenas na selva em um dia chuvoso onde a lama bate nos glúteos, eles construirão um ambiente artificial muito mais favorável e agradável para o branco europeu, com regras escritas em inglês com linhas de parcialidade.

A política essencialmente eurocêntrica presente em África e nos países da América Latina não foi criada para o sucesso dos povos pretos e indígenas, o sistema que estamos inseridos forjam cenários favoráveis para o extermínio dos povos pretos. Até a água que bebemos é a mais poluída.

Sem dúvida nenhuma, foi um grande um espanto para os europeus ver um jogador preto, vitorioso em um esporte criado com as regras deles para eles vencerem (assim como é na sociedade).
Evidentemente, o capitalismo também abraçou o esporte que com alguns tentáculos, neste sentido o racismo é uma ideologia em prol da manutenção do sistema, onde a maioria dos superestimados são brancos e dos subestimados são pretos.



Quando o Coruja fala:

"Quebra as pernas do Messi pra ver se ele dribla bem
Nosso dom nos dá asa, mas nos faz refém"

Claramente ele está falando de um jogo criado pela raça do Messi que criou troféus e medalhas para premiar a raça do Messi, na economia, na política, na religião, no futebol, em outros mais assuntos que o povo preto não pode discutir, e se tentar, será silenciado e desqualificado, estratégias sofomaníacas do pacto narcísico da branquitude. Para os brancos a intelectualidade é exclusivamente branca e eurocêntrica e precisa ser escrita em língua europeia conforme a norma culta que nem eles dominam.

Talvez alguém ainda pense que não existe uma relação de desigualdade racial no futebol, mas o fato é que o branco não precisa nem tocar na bola para ser considerado bom jogador e estar em um grande clube brasileiro, como foi o caso do Carlos Kaiser, jogador branco que nunca marcou um gol, e raramente entrava em campo, uma incompetência em pessoa que ocupou o lugar de muitos meninos pretos talentosos.

Na Real mesmo, nenhum racista nunca aceitou o Vinicius Jr vestindo a camisa do melhor time do mundo com idade juvenil, mesmo depois do título de campeão, alguns ainda dizem que não é um bom jogador. E o ato de um jogador preto exibir um troféu tão importante é visto com sinal de arrogância, só o branco pode ter esse direito.

Aquele racismo da ideologia nazista, predomina até hoje, e nenhuma olimpíada foi realizada para premiar pretos e pretas com medalhas de ouro. Eles querem pretos participando, mas nunca no lugar mais alto do pódio.
Como diria o Chris:

"Sou Jesse Owens onde eles só conhecem Bolt
(Corre, corre)
Eles gritam que corra, mas se ultrapassa o favorito eles querem que morra"




Recomendo o documentário: Ser Negro - Além das quatro linhas


Quem sou eu?

Sou Alan Ricardo, licenciado em educação física pela Universidade Federal da Bahia, especialista em Gestão Escolar pelo Instituto Federal do...